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STF retoma nesta quinta julgamento sobre responsabilidade das redes por conteúdos de usuários

Sessão da Corte terá continuação do voto do ministro André Mendonça. Outros sete ministros ainda precisam votar. O Supremo Tribunal Federal (STF) retoma,...

STF retoma nesta quinta julgamento sobre responsabilidade das redes por conteúdos de usuários
STF retoma nesta quinta julgamento sobre responsabilidade das redes por conteúdos de usuários (Foto: Reprodução)

Sessão da Corte terá continuação do voto do ministro André Mendonça. Outros sete ministros ainda precisam votar. O Supremo Tribunal Federal (STF) retoma, nesta quinta-feira (5), o julgamento que vai definir como deve ser a responsabilização das plataformas digitais e empresas de tecnologia por conteúdos publicados por usuários. A análise de dois recursos sobre a questão voltou à pauta da Corte nesta quarta-feira (4), com o voto do ministro André Mendonça, que tinha pedido vista (mais tempo de análise) no ano passado. Na sessão desta quinta, Mendonça deve continuar a apresentar seu posicionamento. STF retoma nesta quarta (04/06) julgamento sobre responsabilidade das redes sociais Outros sete ministros ainda precisam votar, e não há impedimento para que ocorra um novo pedido de vista, o que suspenderia novamente o julgamento. "Não tem a ver com censura", diz Barroso Na sessão desta quarta, antes do voto de Mendonça, o presidente Luís Roberto Barroso apresentou esclarecimentos sobre o tema. "Estabelecer os critérios que vão reger os casos que vão chegar ao Judiciário. É nosso dever e nada tem de invasão à competência de outros Poderes. E muito menos tem a ver com censura. Nós estamos discutindo responsabilidade civil", afirmou. Relatores dos dois recursos, os ministros Dias Toffoli e Luiz Fux também falaram sobre o caso. "Não estamos aqui tratando de censura, não estamos tratando de tolher a liberdade de expressão. O que estamos a tratar é o momento em que surge a responsabilização", disse Toffoli. Ministro André Mendonça, do STF Ton Molina/Estadão Conteúdo Voto de Mendonça O ministro André Mendonça deve prosseguir com a apresentação de seus argumentos nesta quinta-feira (5). ➡️Na sessão dessa quarta, ele falou sobre o panorama da legislação em outros países; fez ainda um histórico do desenvolvimento das redes sociais. Também ressaltou a importância da liberdade de expressão. O que está em análise? Os ministros discutem dois recursos sobre a validade do Artigo 19 do Marco Civil da Internet, em vigor desde 2014. 📲O dispositivo diz que as redes sociais e plataformas digitais só são responsabilizadas por danos causados por conteúdos ofensivos publicados por usuários se elas se negarem a obedecer a uma decisão judicial determinando a remoção do conteúdo. Antes da suspensão pedida por Mendonça, já haviam votado os ministros Dias Toffoli, Luiz Fux e Luís Roberto Barroso, presidente da Corte. Como votaram os ministros? Dias Toffoli Relator de um dos recursos, Toffoli votou pela inconstitucionalidade do artigo. O ministro defendeu que, nos casos de conteúdos ofensivos ou ilícitos, como racismo, as plataformas digitais devem agir a partir do momento que forem notificadas de forma extrajudicial, pela vítima ou seu advogado, sem necessidade de aguardar uma decisão judicial. O ministro defendeu ainda que, em situações graves, as plataformas devem retirar o conteúdo mesmo sem a notificação extrajudicial. Toffoli entendeu que se as plataformas digitais deixarem de agir, devem ser responsabilizadas. Luiz Fux Relator de outra ação sobre o tema, Fux também considerou que o artigo 19 do Marco Civil fere a Constituição. Da mesma maneira que Toffoli, Fux defendeu que a remoção de conteúdos considerados ofensivos ou irregulares deve ser imediata, assim que a vítima notificar a plataforma. Para Fux, serão considerados ilícitos os conteúdos que veiculem: discurso de ódio; racismo; pedofilia; incitação à violência; apologia à abolição violenta do Estado Democrático de Direito e a golpe de Estado; O ministro votou para que as plataformas sejam responsabilizadas caso não ajam após notificação extrajudicial e defendeu que as empresas criem canais para receber denúncias sob sigilo e monitorem ativamente os conteúdos publicados. Também rebateu o argumento de que a remoção de conteúdo ilícito pelas empresas fere a liberdade de expressão na internet. Luís Roberto Barroso Último a votar antes da suspensão do caso, o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, propôs que a responsabilização deve ocorrer quando as empresas deixarem de tomar providências necessárias para remover postagens com teor criminoso. Nos casos de crimes contra a honra, como de injúria, calúnia e difamação, o ministro considera que a remoção do conteúdo só deve ocorrer após ordem judicial. Barroso também propôs que as empresas têm dever de cuidado e precisam evitar conteúdos como: pornografia infantil; instigação ou auxílio a suicídio; tráfico de pessoas; atos de terrorismo; abolição violenta do Estado Democrático de Direito; golpe de Estado.