Aplicativos

Disponível no Google Play
Disponível na App Store

Convocado a depor sobre conversa com Bolsonaro, Mourão diz que nada de 'ilegal' aconteceu

Moraes determinou que PF tome depoimento de Mourão, após a PGR apontar indícios de que o senador poderia ter sido influenciado por Bolsonaro antes de seu dep...

Convocado a depor sobre conversa com Bolsonaro, Mourão diz que nada de 'ilegal' aconteceu
Convocado a depor sobre conversa com Bolsonaro, Mourão diz que nada de 'ilegal' aconteceu (Foto: Reprodução)

Moraes determinou que PF tome depoimento de Mourão, após a PGR apontar indícios de que o senador poderia ter sido influenciado por Bolsonaro antes de seu depoimento no processo sobre a trama golpista. O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) afirmou, nesta quarta-feira (4), que não ocorreu nada de "ilegal ou irregular" na conversa que ele teve com o ex-presidente Jair Bolsonaro antes de depor como testemunha nas investigações sobre a trama golpista. Nessa terça-feira (3), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a Polícia Federal tome o depoimento do general Mourão, atendendo a pedido da Procuradoria-Geral da República. O ministro tomou a decisão porque, segundo os investigadores, há indícios de que Mourão poderia ter sido influenciado por Bolsonaro antes do seu depoimento no processo que investiga a existência de um plano para manter o ex-presidente no poder, em 2022. "Em momento algum fui constrangido, ameaçado ou recebi alguma insinuação que pudesse, de alguma forma, influenciar meu depoimento que, registro, foi a expressão da verdade em cada palavra, ratificando-o integralmente", frisou o ex-presidente em nota. Bronca de Moraes em general e ameaça de prisão a ex-ministro: veja os principais trechos dos vídeos do STF O vice-presidente Hamilton Mourão e, em primeiro plano, o presidente Jair Bolsonaro Adriano Machado/Reuters Segundo o relato de Mourão, "nada de irregular ou ilegal aconteceu". "O ex-Presidente entrou em contato comigo, dias antes da data marcada pelo STF, me consultando se concordaria em depor como testemunha de defesa e se na data designada pela Corte seria possível", disse o ex-vice-presidente. De acordo com ele, na ligação, Bolsonaro esclareceu que fazia o contato tendo em vista que, de maneira excepcional, o ministro relator do processo, Alexandre de Moraes, não iria expedir intimações às testemunhas indicadas pelas defesas. Portanto, caberia às próprias defesas contatar as testemunhas "e pedir a gentileza de prestarem depoimento", segundo o senador. Primeira Turma do STF libera vídeos dos depoimentos das testemunhas do julgamento do núcleo crucial da tentativa de golpe Pedido da PGR A PGR quer apurar denúncias de que Bolsonaro teria telefonado a Mourão para orientá-lo sobre o que dizer à Justiça. O diálogo teria ocorrido antes da oitiva do senador, realizada em 23 de maio, e o ex-presidente teria pedido que o parlamentar reforçasse que nunca ouviu dele qualquer menção a uma ruptura institucional. Na petição encaminhada ao STF, a Procuradoria afirmou que a conversa pode caracterizar tentativa de constrangimento, intimidação ou coação de testemunha. “A notícia traz à tona a possibilidade de que a testemunha tenha sido submetida a constrangimento, intimidação ou qualquer forma de coação em relação ao teor de seu depoimento”, afirmou a PGR no documento. Diante disso, o Ministério Público solicitou a oitiva de Mourão para apurar os fatos e avaliar a eventual necessidade de novas medidas. O ministro Alexandre de Moraes concordou com o pedido e determinou que a Polícia Federal colha o depoimento do senador. A petição será autuada em processo separado e sob sigilo, mas vinculada à ação penal em que Bolsonaro é réu.